quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A HORA DE GANHAR A LIBERTADORES


A HORA DE GANHAR A LIBERTADORES (POR MARCOS JÚNIOR - colunista do site do Milton Neves)

Chegou a hora do Corinthians ganhar a Libertadores.

Porque há um grito na garganta de cada corintiano.
Um grito tão sonhado e sofrido quanto aquele que ecoou pelos quatro cantos da cidade de São Paulo em 13 de outubro de 1977.

Chegou a hora do Corinthians ganhar a Libertadores.

Porque Mano Menezes pode ser, mesmo que por algumas semanas, como Oswaldo Brandão em 1977 e, além de técnico, ser o intuitivo que previu o gol de Basílio contra a Ponte Preta.

Chegou a hora do Corinthians ganhar a Libertadores.

Porque Felipe já esgotou sua cota de falhas e pode reeditar seus melhores momentos, como Gylmar dos Santos Neves, tão querido pelo meu pai, Ronaldo Giovanelli, tão admirado por meu irmão Rogério e Dida, tão instransponível para as penalidades de Raí.

Chegou a hora do Corinthians ganhar a Libertadores.

E que Alessandro e Roberto Carlos tenham o mesmo amor e comprometimento de Zé Maria e Wladimir, nas centenas de partidas em que estes vestiram, suaram e sangraram por aquelas camisas brancas e aqueles calções pretos.

E que Chicão e William sejam tão seguros e vitais quanto Domingos da Guia e Gamarra.

E que os volantes, sejam quais forem, consigam proteger a defesa e municiar o ataque como Dino Sani e Vampeta fizeram, cada qual a seu modo.

E que os meias, quaisquer um deles, armem, lancem, driblem e chutem; como Sócrates, Neto, Luizinho e Rivellino, respectivamente.

Chegou a hora do Corinthians ganhar a Libertadores.

E que no ataque, Jorge Henrique seja tão implacável como Cláudio Cristóvam de Pinho, tão preciso quanto Marcelinho Carioca e tenha o coração tão no “bico da chuteira” quanto Geraldão Manteiga.

Que Ronaldo seja Ronaldo mesmo. O Fenômeno de sempre. Do primeiro gol contra o Palmeiras, do gol de encoberta em Fábio Costa e da corrida exuberante contra Rodrigo, para o gol diante do São Paulo.

Que Andrés Sanches assista o jogo decisivo de joelhos, como Vicente Matheus, nos minutos finais do jogo de 1977.

Chegou a hora do Corinthians ganhar a Libertadores.

Para que em algum canto dessa cidade, alguém, como o meu avô Paulo, pendure uma bandeira corintiana em um mastro, fincado no telhado de uma casa.
O meu avô, que quase foi preso em 1977 por ter trocado a bandeira do Brasil por uma do Corinthians no telhado do Liceu de Artes e Ofícios, onde trabalhou por quase seis décadas.

Chegou a hora do Corinthians ganhar a Libertadores.

Porque tanta gente precisa gritar, chorar, cantar, esquecer, perdoar e lembrar.
Porque tanta gente precisa ganhar.

Nem que seja um abraço, como aquele, apertado e gostoso do meu filho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário