sábado, 23 de julho de 2011

A mídia e o Corinthians (100 anos de perseguição)

[Trecho de um texto que circula na internert. Não consegui encontrar o autor, se alguém souber quem escreveu é só nos avisar]

Como dizia Robespierre, a principal arma do canalha é fazer-se de vítima e atribuir ao rival seus próprios defeitos.

Muitas autoridades, no decorrer da história, se utilizaram dessa técnica para desviar os olhos de seus próprios crimes e vícios.

No futebol, o esporte das multidões, não tem sido diferente.

No Brasil, o Flamengo é o clube com maior número de simpatizantes nominais. Muitos deles torcem para um time local, mas declaram-se flamenguistas nas pesquisas.

O Corinthians, entretanto, como comprova o minucioso estudo do BAV, da Young & Rubicam, é a “marca” mais estimada.

O que nos permite dizer que o Corinthians é não somente o clube com mais torcedores fiéis, mas também é a maior instituição popular do país.

Tem mais tradição que os partidos políticos, é mais estimado que qualquer associação de classe, tem mais apelo que qualquer entidade em qualquer área de expressão da cidadania.

Isso porque o Corinthians não nasceu da vontade de um conde, de um governador, de um grupo de empresários, de um grupo de jovens da oligarquia, de um intelectual.

Ao contrário, nasceu sozinho, obra da natureza, semeado pelo brilhante Cometa Halley.

Nasceu resultado da vontade do povo, dos operários, dos carroceiros, dos imigrantes e migrantes, dos que buscavam ter alguma voz na sociedade.

O Corinthians, e nós corinthianos, conseguimos obter essa inclusão com muito empenho, muita luta e muito sofrimento.

Éramos os outsiders. Os penetras na festa das elites.

Nos primeiros anos, os inimigos e a imprensa quatrocentona tentaram colar rótulos sobre a Nação. Eram denominações que escacaravam o preconceito e tentavam nos diminuir até mesmo como seres humanos.

Éramos o time dos “suados”, dos “sujos”, dos “carroceiros”, dos “anarquistas”, dos “pobres do Bom Retiro”, dos “arruaceiros da Várzea do Carmo”, da “pretalhada”, dos “maloqueiro”, dos “carregadores do Mercadão”.

Ora, mas éramos mesmo, com orgulho, muito do que diziam.

O nosso ethos e os nossos perfumes…

Éramos o time dos suados, pois éramos trabalhadores. Muitos de nós abriram na picareta as ruas da maior cidade do Brasil.

Éramos os sujos, sim, pois tínhamos graxa de máquinas nas mãos.

Éramos carroceiros, sim. Nosso segundo presidente, por exemplo, era dono de um tílburi, um taxi da época, puxado por cavalos.

Éramos anarquistas, sim, graças a Deus. Nosso primeiro presidente, Miguel Bataglia, aprendera sobre essa doutrina política com os militantes sindicalistas da Light.

Éramos, sim, mais pobres. Gente que lutava para sobreviver no bairro que até hoje acolhe os fora.

Éramos os “arruaceiros”, pois o time ganhou logo o reforço dos moços do Botafogo da Rua Paula Souza, cujo time havia sido desfeito pelo tirano delegado de polícia.

Éramos, sim, o time da “pretalhada”, pois os bons irmãos

afro-descendentes logo viram que ali não havia preconceito e

nem desamor.

Éramos “maloqueiro”, sim, como gostava de dizer o corinthiano Adoniran Barbosa, autor de “Saudosa Maloca”. Morávamos onde era possível, nas franjas da cidade, especialmente nos cortiços.

Éramos, sim, os carregadores da comida da cidade. Éramos

gente do Mercadão, dos nordestinos que ofereciam a mão-de-obra braçal ao japoneses bananeiros.

Se isso tudo nos orgulha, é certo que também causa repugnância em muita gente, especialmente nos que tiveram seus palcos chiques invadidos por gente mal vestida e muitas vezes também mal nutrida.

Não à toa que ainda nos chamam de “gambás”, pois tínhamos o cheiro das fábricas da Mooca e do Belém, o cheiro da carne do Mercado Municipal, o cheiro da água sanitária das lavadeiras da Baixada do Glicério.

Não importa que hoje o Corinthians tenha ganho a adesão de artistas, intelectuais e até de empresários. Muitos deles usuários de perfumes de Paris.

O aroma de nosso ethos é que os desagrada. É de gente. Temos o doce aroma do Brasil de verdade.

Mídia, preconceito e sabotagens informativas.

Diariamente, a mídia monopolista brasileira reproduz ainda hoje o preconceito contra tudo que é legitimamente popular.

A imprensa brasileira é controlada basicamente por oito famílias e seus aliados das oligarquias regionais, seus parceiros e retransmissores.

Os grandes jornais são hoje controlados pelos netos e bisnetos dos barões que torciam o nariz para o clube dos operários.

Dos quatrocentões do Estadão aos enriquecidos pela Ditadura, como os Frias da Folha, a visão de mundo é a mesma.

Alguém pode objetar: “ora, mas tem dono de jornal e jornalista corinthiano”.

De fato, existem. Jornalistas, aliás, muitos.

Prevalece, entretanto, na construção do discurso e da

investigação jornalística o ranço do preconceito.

Essa antipatia, por vezes, se converte em raiva, em religião de ódio. É o anti-corinthianismo militante, perigoso e traiçoeiro.

Esse modo de ver e tratar o clube tem até algumas regras

informais…

1) Diminuir todas as conquistas corinthianas. Desvalorizá-las

e satirizá-las.

2) Escarnecer o corinthiano. Tratá-lo como um menor.

3) Duvidar da lisura de qualquer de nossas conquistas.

4) Exagerar ao máximo qualquer falha de arbitragem que, por

ventura, tenha beneficiado o time.

5) Ignorar as infrações que beneficiam os adversários.

6) Criminalizar, desde sempre, a nossa torcida.

7) Superdimensionar qualquer episódios que possa contribuirpara gerar ou alimentar uma crise no clube.

*

Como funciona…

Vamos analisar objetivamente os itens acima expostos:

1) Diminuir todas as conquistas corinthianas. Desvalorizá-las

e satirizá-las.

É o caso do Mundial da Fifa. A mídia, por meio de seus Miltons Neves da vida, criou a ideia fantasiosa de que o torneio não tem validade.

Isso é repetido diariamente por gente que escreve comentários em blogs, fóruns e outros canais de comunicação.

Não importa que o Corinthians tenha sido incluído por ser

bicampeão do país sede.

Prefere-se qualificar como campeões mundiais os clubes que

venceram o jogo Europa-América do Sul, muitas vezes disputado pelo vice-campeão europeu.

A regra do perfeito canalha midiático é desmerecer a conquista dos outsiders.

2) Escarnecer o corinthiano. Tratá-lo como um inferior.

A estratégia é acuar o corinthiano. Dizer que o clube não tem

conquistas importantes, por exemplo.

Vale fingir que o Paulista não era importantíssimo até 20 anos atrás.

A proposta é dizer que o Corinthians não tem estádio, não

tem CT e que a torcida é composta de estúpidos ignorantes.

3) Duvidar da lisura de qualquer de nossas conquistas.

É o caso de 2.005, quando o Esquema Fernando Carvalho funcionava para dar ao Inter o título brasileiro que não ganhava (e não ganha) há décadas. A imprensa alimenta a ideia de que o título foi roubado.

O mesmo se diz do título Paulita de 1.977, em que se acusa um falso caso de corrupção do ponte-pretano Rui Rei.

O mesmo se diz da Copa do Brasil de 2.002, em que a imprensa viu um Brasiliense vítima e “superior” ao Corinthians.

O argumento e a leviandade…

4) Exagerar ao máximo qualquer falha de arbitragem que, por

ventura, tenha beneficiado o time.

É o caso do tal pênalti em Tinga, do Internacional.

É o caso da suposta cobrança de falta com bola rolando na

primeira partida da final da Copa do Brasil de 2.009.

Vale ainda inventar situações. E repeti-las à exaustão. Pois como diziam os gênios manipuladores da informação do 3o. Reich, uma mentira dita mil vezes vira uma verdade.

É o caso do pênalti cometido sobre um atleta do Internacional, na partida acima citada. Obra de lábia fantasiosa, repetida aos quatro ventos.

5) Ignorar as infrações que beneficiam os adversários.

A mesma mídia que se esgoelou para cobrar o tal pênalti em

Tinga, foi a mesma que calou diante do pênalti em Acosta, na decisão da Copa do Brasil de 2.008.

Hipocrisia é regra.

6) Criminalizar, desde sempre, a nossa torcida.

É o caso do conflito envolvendo polícia e corinthianos no

Morumbi, no campeonato paulista.

Foi o caso da versão escandalosamente falsa sobre o conflito

que resulto da morte do corinthiano Clayton Souza.

O promotor foi desmascarado por jornalistas sérios, mas nem

assim a grande imprensa resolveu se retratar. Manteve com

cara de pau a versão antiga.

7) Superdimensionar qualquer episódio que possa contribuir

para gerar ou alimentar uma crise no clube.

Aqui, não se absolve ninguém, pois sempre houve irregularidade na administração corinthiana.

O que ocorre, entretanto, é um jornalismo irresponsável, praticado até mesmo em blogs supostamente pessoais.

Exagera-se.

Acusa-se sem provas.

Promove-se o caos com base em hipóteses e denúncias sem credibilidade.

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