quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Corinthians e o corinthianismo


Entre o primeiro presidente, o requintado alfaiate Miguel Bataglia, e o atual, o empresário Andrés Sanchez, 100 anos se passaram. Mas o tempo, ao menos neste caso, não serve como referência para nenhuma determinação histórica. O Corinthians, por mais páginas gloriosas e trágicas que ostente em seus anais, está muito acima dos acontecimentos. Não que títulos sejam desprezados, longe disso. Muito menos ouso colocar em segundo plano a eterna obsessão de sua gente, a Libertadores. Mas, permitam-se os que não cultuam suas cores. Da alma de cada um que grita ‘corínthia’, ou mesmo ‘Curinthia’, em algum rincão do planeta, exala um sentimento inesgotável e incomparável de fé. E daí nasce a paixão, neste caso, incondicional. Diferente de amor, que pode descambar para o carinho, ou mesmo de apego momentâneo, oportunista. E paixão dura a vida toda. Bataglia talvez não imaginasse isso quando ajudou a escrever ao lado de outros tantos humildes como ele o estatuto inicial do clube. Mas viu de perto a primeira taça ser levantada, o primeiro ídolo ganhar fama pelas ruas da paulicéia que crescia, a casa alvinegra despontar no Parque São Jorge. Viveu para ter a exata noção de que aquele time que surgiu na várzea ganhou uma dimensão apoteótica. Um século depois, o corintianismo confunde-se com o próprio Corinthians.
Entendeu?

Se você não for corintiano, nem tente.

Se for, a resposta está dentro de você.

(MARCELO ROZEMBERG)

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