Ache alguém que vá ver o Corinthians pela primeira vez e depois pergunte qual a posição de Jorge Henrique. Será maluco quem responder atacante.
Não é surpresa que sua função tática é uma das mais importantes do futebol brasileiro. Ou alguém imaginaria que ele, ao dar suporte para Alessandro, fosse o responsável por parar Neymar nas duas semifinais da Copa Libertadores?
São várias as facetas do baixinho da camisa 23 em campo. Uma delas é a de provocador. Na última quarta, na vitória por 2 a 0 sobre o Cruzeiro, ele não perdeu a chance de dar uma caneta em Diego Renan. E, tão logo Ceará levou um cartão amarelo, Tite o colocou pela esquerda, no setor do lateral-direito cruzeirense, para tentar a vantagem numérica. É tão provocador que até um dos mais provocadores, Valdivia, do rival Palmeiras, ele conseguiu expulsar.
Jorge também aparece bem pelas pontas. Suas arrancadas deram trabalho. E, após uma jogada com Paulinho, ele entrou na área e foi derrubado por Sandro Silva. Pênalti que Chicão aproveitou: 1 a 0.
Sem Alex, o baixinho (que até lembra Romário pelo jeito parrudo de andar) virou o homem das bolas paradas. Faz cruzamentos perigosos, de falta ou escanteio. No ano, suas assistências já garantiram vitórias no Paulista e Brasileiro.
Desde 2009, com Mano Menezes, ele também faz bico de lateral. Quando Alessandro foi atacar no segundo tempo diante da Raposa, ele ficou no setor. Naturalmente, sem que Tite tivesse pedido. Parece que gosta de ser sacrificado. Incomoda os rivais. Por isso talvez tenha sido eleito o mais chato entre os boleiros, em pesquisa do Globoesporte.com/Revista Monet.
Ah, ele também é atacante. E já fez gols decisivos, como nas finais da Copa do Brasil de 2009, contra o Internacional.
Mas os gols para Jorge são um mero detalhe…
(FELIPE BOUGUESE)
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